“Chegou a nova
era”. É comum hoje em dia ouvir frases como esta, era moderna, era de aquário,
era da tecnologia e assim por diante. Porém tudo que chega até nós através de
um canal não eterno e não divino sofre transformação com o passar do tempo. Um
conhecimento passado para varias pessoas sofre alterações de acordo com o
entendimento individual e do seu nível de compreensão. A verdade recebida por
um canal imperfeito sofre variação que passada adiante se distancia cada vez
mais da idéia original. Mesmo assim o conceito original é absoluto, eterno e
imperecível. Primeiramente Krishna falou o Bhagavad Gita ao Deus do sol e com o
passar do tempo a idéia original se perdeu devido ao contato com pessoas não
qualificadas para absorver a essência do que foi dito. Por isto, Sri Krsna veio
e falou o Gita novamente a Arjuna. E passados cinco mil anos desde que o Gita
foi falado novamente, a idéia original, na maioria das vezes- nos comentários dos mayavadis (impersonalistas), se perdeu novamente. Várias culturas
tentaram absorver a idéia original dos Vedas: Mayas, Grécia, Egito etc. Todas
elas reconhecem o valor da cultura Védica, porém compreenderam os ensinamentos
de acordo com as suas limitadas capacidades. Estes versos abaixo são
encontrados no livro “Sri Bhagavatarka Marichi Mala” de Bhaktivinoda Thakur :
Yabhir bhutani bhidyante
Bhutanam patayas tatha
Yatha-prakrti sarvesam
Citra vacah sravanti hi
“Devido a
variedade de suas propensões naturais, estas entidades vivas foram distinguidas
dos seus mestres. De acordo com suas diferentes naturezas, diferentes tipos de
entendimentos foram falados.”
Evam prakriti-vaicitryad
Bhidyante matayo nrnam
Paramparyena kesancit
Pasanda-matayo pare
“Assim, devido
ás diferentes naturezas das pessoas, vários tipos de opinião foram
introduzidas. Algumas destas opiniões continuam através da sucessão discipular.
E outras pessoas começaram a propagar as filosofias ateístas.”
Chegamos então
na era da tecnologia e da exploração. Tudo está sendo conectado e tudo está
sendo explorado. Chegou-se ao ponto de cientistas e químicos modernos terem a
idéia de tentar acabar com a morte em breve e para isto não
percebem que vários já morreram e que eles mesmos vão morrer juntamente com esta idéia ainda “no papel”. Negar o
controlador e o criador de todas as coisas deste mundo e se manter como
explorador das coisas criadas por Deus, se tornou o objetivo máximo da
humanidade. Mesmo assim, as pessoas ainda continuam nascendo, envelhecendo,
sofrendo e morrendo.
Ady-anta-vanta evaisam
Lokah karma-vinirmitah
Duhkhodarkas tamo-nisthah
Ksudra mandah sucarpitah
“O destino de todas estas pessoas tem um
começo e um final, então é temporário, cheio de misérias na longa jornada, no
modo da ignorância, insignificante, mundano e cheio de lamentação.”
A situação está tão caótica que ate mesmo a população de tolos e
materialistas e exploradores começam a pensar agora em vegetarianismo, doenças
provindas do consumo abusivo de carne animal, medicina natural (ayurvédica) ou
até mesmo a chinesa (acupuntura) etc..., que nada mais é que uma das partes
estudadas nos Ayur-vedas (textos sagrados milenares relacionados a medicina),
onde Krishna na forma do medico supremo, Dhanvantari, explica a medicina
natural pura, yoga e assim por diante.
A raça humana
atual esta imbuída em uma serie de doenças sejam elas físicas mentais ou
espirituais. Procura-se hoje mais as curas para as doenças físicas e mentais do
que as espirituais. O apego pelo corpo e mente (os quais são meramente temporários e
produtos do karma prévio) é muito maior do que o apego pelo eterno e espiritual
(a alma indestrutível). Para este fim
procuram-se muito agora o yoga voltado para o bem estar físico e mental, o
vegetarianismo, a ayurveda, a acupuntura e as medicinas naturais. O mais
impressionante nisto é que o pensamento dificilmente se volta à cura da alma do
espírito, mesmo sabendo que é o que temos de mais importante e que a essência
de todos. “O corpo nunca vive e a alma nunca morre”. Apesar disto tentam
ocultar ou menosprezar a cura do espírito entendendo que o corpo e a mente são
de maior importância. Importância esta que acabará na hora do inevitável, a
morte.
Então a
cultura Védica vem, em essência, não para falar do corpo e da mente como em alguns textos, mas sim para nos informar que não somos este corpo composto por
terra, água, fogo, ar, éter e mente, inteligência e falso ego e sim somos almas
espirituais dotadas de elementos. Transcendentais sac-(conhecimento), cit
(eternidade) e ananda (êxtase, felicidade). Os sastras Védicos apesar de tratar
dos assuntos relacionados com o corpo e a mente no decorrer dos ensinamentos,
chega um ponto que todas estas rasteiras idéias são descartadas para dar lugar
ao Eterno ao espiritual e a real busca de todos nós. Vemos que primeiramente
Veda Vyasa (o compilados dos Vedas as explicou Ayur-veda, Sama-veda,
Atharva-veda, Rg-Veda, depois compôs os Puranas, Maha-Bharata, Upanisads etc.
mas ainda sim não ficou satisfeito. Ele sentiu que após milhares de livros com
tópicos relacionados com os modos materiais, ele ainda sim não se sentiu
auto-realizado. Seu mestre espiritual então Sri Naradaji o instruiu: “Escreva
agora sobre a alma suprema, O senhor do Universo e libere o mundo inteiro da
doença da alma. Se fizeseres isso sentirás realizado e dará real ajuda a
humanidade”.
Vyasadeva
então compôs o Srimad-Bhagavatam onde se explica quem somos realmente, quem é
Deus e qual a nossa ralação com Ele.
Assim como
Vyasadeva a não ser que deliberamos sobre o nosso real ser e sobre a alma
suprema o Senhor do Universo não nos sentiremos totalmente realizados neste
mundo. A alma sempre deseja felicidade, amor e harmonia, e isso só é obtido
através da conexão com o Supremo. Neste ponto toda a nossa conexão com este
mundo mortal se queimará e a sede do espírito se saciará como néctar provindo
da beleza e do amor da Divindade Suprema Sri Krsna a realidade o Belo.
Veda brahmatma-visayas
Tri-kanda-visaya ime
Paroksa vada rsayah
Paroksam mama ca priyam
“Aos olhos das
pessoas comuns, A literatura Védica são divididas em três seções: karma ou
atividades fruitivas, devata ou adoração aos Semi-Deuses e yajna ou realização
da Verdade Absoluta. Mas se alguém compreende o real significado dos Vedas,
vai ver que todas as injunções Védicas ensina á adoração ao Deus Supremo Sri
Krishna. Todos os mantras dado nos Vedas apontam para um caminho indireto. Em
outras palavras, o que estes mantras parecem nos ensinar não é na verdade a
real proposta. A explicação confidencial dos Vedas é conceder elevação espiritual.”
Baladeva das
brahmachari