Instruções de Bhagavan Sri Rama

Hoje, observamos o dia que Marya-da Purushotama Sri Rama (A manifestação do Senhor nosso Deus conhecida como Sri Ramachandra), por compaixão, se fez visível nesse mundo para ensinar sobre como devemos seguir os deveres religiosos (arya-dharma) através do Seu exemplo pessoal de conduta. Foi também a única manifestação de Deus em Pessoa que, de acordo com as escrituras, esteve no Brasil que era então conhecido como Pindo-Rama. Estamos perto também da Paixão de Kristo e vemos uma grande similaridade na atitude dos dois. Bhagavan Sri Rama era o Rei perfeito e seguia estritamente todos os códigos de conduta descritas para um Rei. Certa vez, sua consorte- Sitadevi foi sequestrada pelo demoníaco Ravana e mantida em seu cativeiro no Śrī Lanka por quase 1 ano. Śrī Rama construiu uma ponte com a ajuda do exército de macacos que ligava o sul da India até Lanka (ver imagem nos coment.), matou Ravan e resgatou Sita. Sabendo que o povo de Ayodhya o criticaria por aceita-la novamente, após supostamente ela ter sido infiel quando estava em Lanka, Rama a rejeitou. Sita, desolada, pediu a Lakshman que preparasse uma fogueira e que ela seria testada ali naquele fogo e provaria que jamais fora infiel com Rama. Ao entrar no fogo, Sita sentiu grande refrescância e todos os deuses começaram a glorificar seu puro caráter e castidade. Rama então, a aceitou e a levou de volta a Ayodhya. Logo depois deste incidente, mesmo após ter sido testada pelo fogo (Agni), Rama veio a saber que ainda assim, havia um buchicho em Ayodhya que ao aceitar Sita novamente, Rama havia violado o dharma. Essa notícia recaiu como uma flecha de chamas no coração de Rama. Aquele mesmo povo, que Ele cuidara tão bem, sacrificando até mesmo sua vida para o bem estar deles, e mesmo após ter provado a todos a castidade de Sita, o mesmo povo agora o criticava sem nenhuma razão. Rama não foi violentado fisicamente como Kristo, mas as palavras do povo de Ayodhya machucaram seu interior, e isso é ainda mais doloroso como foi para Kristo saber que na verdade, estava sozinho em meio a multidão. Ambos, apesar de virem por misericórdia a nós, foram violentados pelo povo comum e infelizmente essa é a natureza desse mundo. Ao se submeterem a tamanha injustiça, Eles nos ensinam como devemos agir em situações similares. Eles jamais agiram de forma rancorosa com o povo e aceitaram as condições impostas a Eles de forma paciente. Nós devemos tentar seguir este exemplo. Mesmo que outros nos enganem, nos machuquem etc. temos que ver a situação e tolerar, e pensar que é devido ao nosso próprio mal karma que sofremos no presente e isso nos purificará para então unirmos com Deus nesta dor. Se agimos desta forma, Deus fica satisfeito e consequentemente nossa alma se torna pura. Cristãos chamam isso de Consolação ao coração de Kristo, onde unimos a Ele em toda sua dor. Devemos tentar a todo custo desenvolver tal atitude, do contrário, vida espiritual resultará em nada. Rama então rejeitou Sita novamente e por fim ela entrou na Mãe Terra que a recebeu em trono de ouro. Outra importante passagem nas atividades de Rama foi quando Ele, ao ser exilado por uma promessa de Seu pai, pediu a Bharata que governasse em Sua ausência. Quando Bharata foi acusado de trair Rama e de desejar o posto de seu irmão – Rama, Bharata Quase morreu de desgosto. A pessoa que lhe era mais querida do que sua própria vida, a quem ele tinha amor inabalável e morreria por Ele, agora ele era acusado de trair esta mesma Pessoa. Bharata foi correndo a floresta pedir para Rama retornar a Ayodhya, esquecer a promessa e governar o reino de toda maneira. Jamais passou pela cabeça de Bharata, governar Ayodhya mesmo na ausência de Rama e foi um grande choque saber que estava sendo criticado por isso. Rama, para fazer valer a palavra de seu pai, pediu a Bharata para governar o reino até que ele voltasse do exílio e só para satisfazer o desejo de Rama, ele o fez, mas jamais entrou no palácio. Bharata colocou as sandálias de Rama no palácio e viveu fora, em uma cabana simples pois apesar de governar pela ordem de Rama, ele considerava que Rama era o rei. Aqui, temos um muito importante ensinamento. Hoje em dia, muitos desejam obter uma posição exaltada como de governante ou de guru. Talvez elas não saibam o que isso significa, o peso que é ter esta posição e as consequencias, pois se soubessem, teriam bastante cautela quanto a isso. Um discípulo jamais deve ter a propensão de se tornar guru. Ele deve ficar feliz em se considerar um mero e eterno servente do Mestre e de Deus. É apenas devido a direta ordem do Senhor que almas puras e perfeitas agem como Gurus nesse mundo, apenas para nos instruir e nos dá misericórdia. Se qualquer outra pessoa faz isso por conta própria, arruína a sua vida, e a vida dos outros. Estes dois ensinamentos proporcionados pelas atividades de Śrī Rama são de suma importãncia para todas as entidades vivas que desejam progredir no caminho da devoção e então unir--se a Deus, na felicidade e na tristeza.

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Uma ideia deturpada

   No ocidente, frequentemente as pessoas em geral pensam que os devotos de Vishnu-Krishna- os Vaishnavas, praticam algo similar aos Budistas e aos praticantes de yoga, ou até fazem parte de algo exotérico moderno. Elas ficam surpresas quando falamos que o Vaishnavismo, que é a religião ou processo espiritual monoteísta e o único autorizado pelos Vedas para esta era atual, é, em sua base, idêntico ao Cristianismo, mudando apenas alguns costumes e vestimentas externas. Os conceitos e ensinamentos são basicamente os mesmos. Por outro lado, justo o oposto do pensamento popular, o Vaishnavismo não tem quase nada de similar aos processos de yoga ensinados hoje e ao Budismo. Tanto o yoga quanto o Budismo propagam a ideia de que Deus em Pessoa não existe, e que o que existe é apenas uma energia, uma luz ou um vazio e que esta energia deve ser buscada ou usada para o benefício pessoal delas mesmas visando obter uma dita paz mental ou um certo conforto emocional em uma espécie de auto-ajuda, como se Deus fosse algo que pudesse ser usado para o benefício pessoal deles, ou seja, como se Deus fosse o servente e elas, os mestres. Essa atitude apenas aumenta o falso ego, o sentimento de vazio interior e o apego das pessoas pois o foco é apenas elas mesmas (o corpo e a mente) e muito raramente Deus em Pessoa é lembrado, o que falar de ser servido ou amado. Já nas religiões Abraahmicas e no Vaishnavismo o praticante tenta servir e amar a Deus com toda sua energia, tempo etc, sem se preocupar nem mesmo com eles próprios. Assim vemos que enquanto uns focam egoisticamente em si mesmos, outros até esquecem de si mesmos para agradar a Deus e é esta segunda atitude que lhes proporciona então uma união espiritual deleitante entre o servente e o Mestre- devoto e o Senhor, que ultrapassa os limites do corpo e da mente alcançando o verdadeiro 'eu' que é a alma individual. Este é o objetivo de todos os profetas como Moisés, Maomé, Kristo e dos Gurus Vaishnavas, obter esta união pessoal em amor puro entre o real ser- a alma, com Deus em Pessoa- a alma Suprema. Assim, há um oceano de diferença entre yoga e budismo para as religiões Abraahmicas e Vaishnava, tanto nos conceitos filosóficos e práticos quanto em seu objetivo final.


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Do livro "Prem Vivarta" de Srila Jagadananda Pandit

Swarup Damodar continuou: “As pessoas dizem: ‘Amor, amor, amor’, mas quem realmente compreendeu o amor? Aqueles que realmente compreendem o amor se tornam associados eternos do Senhor em Vraja (Morada transcendental)”.
“As três sílabas pi-ri-ti- amor, é conhecida por todo o mundo. Aqueles que desenvolveram o amor divino ficam intoxicados em êxtase. O que é vergonha ou desgraça para eles?”.
“Os homens e mulheres deste mundo estão sempre afligidos pela ideia errônea sobre o amor. Por atribuir amor aos seus corpos de carne e sangue, eles se tornam perpétuos pecadores e vão ao inferno”.
“Mas, quando eles conseguem a misericórdia de Krishna (Deus em Pessoa) através do cultivo do amor espontâneo (á Shri Krishna), eles abandonam todo o apego pelo corpo material e assim correm em direção á doçura do êxtase espiritual”.
“O tesouro do amor divino nunca manifesta nas comuns relações entre um homem e uma mulher neste mundo. Todos estes tipos de prazeres sensuais são temporários e vacilantes e não possuem nenhuma conexão com a eternidade”. - (Srila Jagadananda Pandit)
Obs- Verdadeiro amor jamais é interrompido como o sentimento de desfrute que hoje passa pelo nome de 'amor'. Um aumenta continuamente- é a relação entre a alma individual e a alma suprema- Deus em Pessoa e Seus devotos. O outro que hoje é chamado de amor e que amanhã se torna ira ou na melhor das hipóteses, diminui de intensidade com o passar do tempo, é apenas o apego mundano e desejo de desfrute entre um homem e uma mulher. Trata--se de duas coisas opostas. Aquele que compreende isso, tem a chance de adquirir o amor puro a Deus.

Infalível karma

Infalível karma. Colhemos apenas o que plantamos, nem mais nem menos
Ninguém nesse mundo pode rejeitar a lei do karma simplesmente por falar- "Não acredito". É uma lei infalível inclusive na física- toda ação tem uma reação igual e oposta. Estamos colhendo hoje apenas o que plantamos ontem, ninguém pode reclamar. Nossas vitórias e problemas de hoje, tem completa relação com nossas ações boas e ruins de incontáveis vidas passadas nesse mundo. Isso vale também para todas as nossas tendências. Por exemplo, a astrologia e psicologia explica que uma pessoa que sofreu algum trauma com autoridades em vidas passadas, terá a tendência de rejeitar (pavor) qualquer autoridade (boas ou ruins), seja educacional, social ou espiritual na presente vida e essa tendência (o fruto) quem dá é Deus como dito no Sri Gita. Também, uma pessoa com certas qualidades ou defeitos terá inclinação de ver estas mesmas qualidades e defeitos em outras pessoas, como diz um ditado bengali "O ladrão pensa que todos são ladrões". Nossas tendências e aspirações do presente estão relacionadas com o que fizemos e desejamos em outras vidas e para satisfazer isso, Deus nos dá essas tendências que desejamos, o poder de te-las. A origem disso é nosso próprio livre arbítrio, Deus não impõe nada a ninguém, Ele apenas dá o fruto de nossas próprias ações, tendências, desejos etc. Temos exemplo disso nas escrituras védicas. Prahlad Maharaj era um devoto puro da mais alta classe e embora tenha criado seu filho na educação devocional, Virochan se tornou um poderosos demônio. Ele entendeu que isso se deu devido as más impressões passadas de seu filho. Depois, o filho do demônio Virochan- Bali Maharaj, se tornou um grande devoto do Senhor. Quando o próprio Senhor Vishnu lhe pediu na forma de Vaman-dev uma doação, Bali Maharaj rejeitou até mesmo seu próprio Guru para satisfazer a Deus. É dito nas escrituras que se um pai, mãe, filho, professor ou até mesmo guru instrui alguém para ser contra a adoração de Deus em Pessoa, devemos rejeita-los e Bali Maharaj rejeitou até mesmo seu guru por ele ser contra Deus. A associação com devotos puros de Deus também depende da quantidade de créditos espirituais passados que fizemos. Alguém que não tem créditos eternos suficientes, jamais terá fé nos santos e profetas- "mahaprasade govinde .." Portanto, devemos entender que, em última análise, na grande maioria dos casos, as pessoas irão agir de acordo com suas próprias tendências que adquiriram em outras vidas mesmo sendo instruidas para fazer o contrário. Isso também significa que devemos ser desapegados dos resultados tanto das nossas ações, quanto da de outros. Isso trás paz de consciência. Ainda assim, até mesmo uma pessoa pecaminosa que por alguma desconhecida boa fortuna, se rende completamente aos ditados das escrituras santas e alcança a misericórdia sem causa do Senhor, é capaz de mudar todo seu destino como vemos na vida de Markandeya Rshi no Srimad Bhagavat.

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É necessário ser monge para avançar espiritualmente?

É necessário ser monge para avançar espiritualmente?
Conversando com as pessoas, frequentemente me perguntam se é necessário ser monge para praticar o serviço e devoção a Deus, ou ter uma vida contemplativa. As escrituras védicas, no entanto, são muito claras quanto a isso. O serviço e a devoção a Deus pode ser praticada em qualquer situação social ou sacerdotal (varnasrama) que a pessoa se encontre no presente. Na maioria dos casos, a pessoa tem uma família e necessita trabalhar, o que é muito bom se a consciência com a qual ela cuida de sua familia é diferente de um materialista. Nesta condição, o aspirante deve compreender que manter a família com trabalho e educação espiritual as crianças deve ser realizado com a consciência de que todos seus membros familiares são membros da família de Deus e que servindo eles de acordo com as escrituras, eles irão satisfazer a Deus. Temos vários exemplos nas escrituras de devotos puros que eram casados como Prahlad Maharaj, Arjuna, Srivas Pandit, Adwaita Acharya, Maomé, e até o próprio Jesus Kristo que muitos dizem que também era casado. Assim, o que muda é a consciência do chefe de família espiritualizado. Aos olhos do povo em geral, as ações de ambos podem parecer as mesmas, mas a consciência interior destes devotos são bem diferentes. Um, cuida e trabalha para manter sua família simplesmente em acordãncia com seus gostos pessoais e para satisfazer seus próprios desejos. O outro, espiritualista, trabalha e cuida de sua família de maneira simples e para satisfazer apenas a Deus, faz isso como um serviço para Deus e considera que todos fazem parte da família de Deus. Nestas condições, não há absolutamente nenhuma diferença entre um chefe de família e um monge que se dedica a vida contemplativa 24 horas por dia. Claro que na prática é bastante difícil encontrar tais chefes de família, ou mães de família, porque adquirir tal consciência exige tanto esforço na prática espiritual individual quanto para um monge. Em suma, vida espiritual não depende da situação na qual a pessoa se encontra desde que ela se esforçe com o que tem e tenta seguir os ditados das escrituras, canta o Nome com fé e devoção e compreenda que tudo e todos nesse mundo são serventes eternos de Deus. Dessa forma, sem apego aos bens e membros familiares ela deve seguir tentando caminhar na estrada real do amor divino.

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Srimad Bhagavad Gita, verso 39 Cap- 3

Srimad Bhagavad Gita, verso 39 Cap- 3, Bhagavan Sri Krishna instrui Arjun- Śloka 39
āvṛtam jñānam etena jñānino nitya-vairiṇā
kāma-rūpeṇa kaunteya duṣpūreṇānalena ca
Ó Arjuna, o verdadeiro conhecimento do sábio está coberto pelo inimigo eterno na forma da luxúria. Essa luxúria queima como o fogo, e jamais pode ser saciada.
Bhāvānuvāda
Realmente, a luxúria é ignorância para todas as entidades vivas, como Śrī Bhagavān está explicando neste verso começando com āvṛtam. O desejo de desfrutar dos objetos dos sentidos foram descritos como sendo um inimigo eterno. Então, ela deve ser destruída de todas as formas. Compreenda que a forma da luxúria significa que a ignorância não é diferente dela. Na verdade, é a ignorância que encobre a real natureza da entidade viva. Aqui, a palavra ca foi usada significando ‘assim como’. Justo como o fogo não pode ser saciado por colocar manteiga clarificada nele, similarmente, a luxúria não pode ser saciada por desfrutar dos objetos dos sentidos.
No Śrīmad Bhāgavatam (9.19.14) é dito: “O fogo não se sacia com a manteiga clarificada, muito pelo contrário, ele só aumenta. Similarmente, a sede de prazer sensual se intensifica mais e mais ao desfrutar dos objetos dos sentidos”.
Prakāśikā- vṛtti
A luxúria é a causa original da lamentação e aflição e tem sido comparada com o fogo:
kāmānalaṁ madhu-lavaiḥ śamayan durāpaiḥ
Śrīmad Bhāgavatam (7.9.25)
“A luxúria jamais pode ser saciada por desfrutar dos objetos dos sentidos. Ela é como o fogo que não pode ser extinguido por lhe adicionar gotas de mel na forma de uma satisfação momentânea.”
evaṁ gṛheṣv abhirato viṣayān vividhaiḥ sukhaiḥ
sevamāno na cātuṣyad ājya-stokair ivānalaḥ
Śrīmad Bhāgavatam (9.19.14)
“O sábio Saubhari Muni não foi capaz de obter paz por desfrutar profusamente dos objetos dos sentidos, justo como o fogo não pode ser apagado quando gotas de manteiga clarificada (ghee) são colocadas nele.”

Instruções dos Vedas sobre atividades ilícitas para diferentes níveis de seres humanos- do Jaiva Dharma Cap-10.

Instruções dos Vedas sobre atividades ilícitas para diferentes níveis de seres humanos- do Jaiva Dharma Cap-10.
Nyayaratna: Porque vocês (Vaishnavas) se opoem a aqueles que matam animais em sacrifício, sabendo que as escrituras suportam isto (oferenda de animais em sacrifício)?
Vaishnav das: As escrituras não tem intenção de instruir que os animais devem ser mortos. Os Vedas declaram: “ma himsyat sarvani bhutani- Ninguém deve cometer violência aos animais”. Esta declaração proibe qualquer violência contra animais. Até quando a natureza humana for influenciada pelos modos da paixão e ignorância, as pessoas serão espontaneamente dirigidas para a conexão ilícita com o sexo oposto, a comer carne e se intoxicar. Tais pessoas não pedem aos Vedas para sancionar suas atividades. O objetivo dos Vedas não é promover tais atividades, e sim refrea-las. Quando os seres humanos estão situados no modo da bondade, eles podem naturalmente parar com a matança de animais, com a indulgência sexual e com a intoxicação. Até que se chegue a este ponto, os Vedas prescrevem várias maneiras de controlar tais tendências. Por esta razão, os Vedas sancionam a associação com o sexo oposto através do casamento, a matança de animais através do sacrifício e o beber de vinho em algumas cerimônias particulares. Ao fazer tais coisas dessa maneira, estas tendências gradualmente diminuem na pessoa e ela eventualmente será capaz de abandona-las. Este é o verdadeiro objetivo dos Vedas. A conclusão Vaishnava sobre este tópico é que não há objeção que uma pessoa cuja natureza é dominada pela paixão e ignorância, mate animais (de acordo com as sanções-regras das escrituras). Porém, uma pessoa que está situada no modo da bondade não deve fazer isso, porque causar perturbações a outras entidades vivas é uma propensão animalesca.
Obs- Vemos que tanto alguns leigos Cristãos quanto alguns Vaishnavas se equivocam quanto a este tópico. Uns dizem que a matança de animais sem restrições (sem seguir as regras) é permitida nas escrituras, outros dizem que a matança de animais é totalmente proibida para todo tipo de pessoa. Ambos estão errados como constatamos no texto acima.

Antes que seja tarde

    Refletindo sobre o propósito da vida, veio a minha mente e também é suportado pelas escrituras santas que muitas vezes damos demasiada importância aos acontecimento mundanos bons e ruins que acontecem na nossa vida e que muitos de nós vamos enxergar esta realidade apenas pouco antes da morte, porque naquele momento do desencarne veremos que o que realmente importa nesta vida humana é o que fazemos em relação a Deus, qual serviço prestamos a Ele e como é a nossa fé e devoção por Ele. Veremos naquele momento, que todos estes acontecimento flutuantes desse mundo nos tomaram muito tempo e energia e fizeram com que esquecêssemos o verdadeiro objetivo da vida que é entender que essa é a natureza desse mundo e que isso deve ser subjugado pela visão espiritual de que somos alma espiritual e por natureza estamos além destas dualidades mundanas e é apenas quando entendemos isso e servimos ao Senhor que podemos acabar de vez com tais acontecimentos vacilantes para viver uma vida de paz e união deleitante constante com Deus em Pessoa até mesmo aqui na terra, e que isto está acima de todas esses acontecimentos insignificantes que agora damos tanto valor. Melhor é realizar este fato agora, porque pouco antes da morte não há tempo para mais nada além de lamentar o copo derramado e ter que sofrer as consequências disso em mais vidas futuras onde as mesmas coisas se passarão.

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As instruções de Shriman Mahaprabhu para Shri Raghunath

As instruções de Shriman Mahaprabhu para Shri Raghunath
“Não escute conversas mundanas e nem fale sobre notícias mundanas. Não coma comida muito sofisticadas e nem se vista com roupas opulentas”.
“Seja humilde, dê respeito aos outros e não espere nenhum respeito para si mesmo. Sempre cante o Nome de Deus e em seu coração sirva Shri Shri Radha-Krishna em Vraja”.
Quando Shri Raghunath recebeu estas instruções, ele então compreendeu que o amor divino nunca pode ser cultivado através de práticas materiais.
Seja humilde, respeitoso e tolerante como uma árvore.
Com seu corpo externo cante constantemente o Nome de Krishna e com seu corpo interno (espiritual), sirva Radha-Krishna.
Abandone comidas muito saborosas e roupas elegantes e mantenha seu corpo material apenas com o necessário
Aqueles que perambulam na sociedade visando satisfazer suas línguas, se tornam escravos dos genitais e do estômago e não conseguem o refúgio de Deus.
-- Sri Prem Vivarta

Um oceano de diferença

   O que as pessoas chamam de amor neste mundo é um sentimento que perdura apenas até o momento em que a pessoa supostamente amada não corresponde as expectativas e desejos ego-ístas do outro. Quando aquele que é supostamente amado procura por sua própria felicidade longe daquele que pensa o ter amado ou diverge de suas opiniões, a verdade aparece e o dito amor se transforma em ira justo como falado no Sri Bhagavad Gita. Este tipo de amor perdura apenas até quando a pessoa 'amada' corresponde aos desejos da outra, do contrário, perde-se o anterior sentimento de posse e consequentemente aquele dito amor é provado ser apenas algo egoísta onde o foco é o próprio desfrute pessoal. Mas, amor mesmo, incondicional, é aquele onde a pessoa que ama não apenas aceita a felicidade do outro mesmo ela escolhendo estar longe e ter suas próprias ideologias, mas também se sente feliz pelo outro apesar de algum sofrimento interior que ela possa vir a sentir. Assim, não existe e jamais existirá, algo mais elevado do que o amor a Pessoa de Deus, onde o amante se deleita ao aceitar o sofrimento que é estar longe de Deus, e faz tudo para agradá-Lo, quer Ele o abrace ou lhe dispense. Amor e desfrute então, são duas coisas opostas que aparentemente parecem ser similares, até que os testes aparecem e a verdade é revelada. A não ser que aprendemos esta arte de amar com a fonte de todo este amor puro incondicional que é Deus em Pessoa, será muito difícil para nós, compreender a diferença entre amor e desfrute pessoal.

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