Śrī Kṛṣṇa é a Absoluta Forma Pessoal. O Supremo tem uma infinidade de formas pessoais e impessoais. Sua própria Forma é Pessoal. A Forma Pessoal de Śrī Kṛṣṇa é a concentrada essência corporificada dos princípios da Absoluta Existência, Conhecimento e Bem aventurança. A forma na Divindade não é adjunta. A Forma é a Própria Divindade. A Forma Impessoal é um atributo da pessoal e não uma Entidade Substantiva. A Forma Impessoal é da natureza de uma aréola da Pessoa da Divindade. Aqueles que não admitem a forma do Supremo como sendo o próprio Supremo ou que pensam que Sua Forma é apenas uma manifestação passageira de sua essência, são ateístas e aptos para serem punidos pelo deus da morte (Yama). Em outras palavras, alguém que nega a Forma do Absoluto comete a mais grave de todas as ofensas contra a Divindade. O ofensor é punido ao ser encarcerado em seus dois corpos materiais- o corpo grosseiro e o sutil, onde ele é iludido ao supor ser este, seu próprio corpo. Os acidentais corpos materiais, nos quais as almas ofensoras são encarceradas, efetivamente apagam toda consciência da sua própria e real forma espiritual assim como da Forma Divina que pode ser servida apenas por uma recíproca forma espiritual da sua adoração.
Divindade é Forma. Ele não é sem forma. O amorfo é um ponto de vista da refulgência irradiada pela Forma. Essa refulgência atua como uma região ofuscante de pura e deleitante luz que circula a forma. Esta irradiada refulgência Divina tem a qualidade de obscurecer a visão da forma espiritual da alma individual limitada na busca do Absoluto. Chegando nessa região de luz, o buscador é apto a receber a poderosa impressão de que ele não tem uma forma individual própria e que ele é uno com a vasta e não-diferenciada refulgência. Ele então é tão completamente satisfeito em fazer essa descoberta que não tem cérebro para questionar a legitimidade da sua irresistível satisfação.
Verdade, a luz emitida pelo Divino afasta toda ignorância mundana e miséria e atrai a alma purificada para si. É como uma grande luz que atrai para si um dos seus próprios raios que havia se perdido. O que acontece ao raio individual após fundir-se na grande luz, é deixado inescrito.
Pessoas sobre a influência de tal mentalidade são aptas a serem desinclinadas a aceitar qualquer concreta descrição da forma e dos afazeres da Divindade. Eles preferem prestar suas reverências à região de luz e não consideram como seus deveres, ser mais curioso ou espiar em seus segredos ocultos. Mas a região da luz, de acordo com ambos- Alcorão e a Bíblia, é habitada por uma infinidade de de anjos com corpos de luz que certamente servem o Supremo e tem uma visão ininterrupta dele em Sua Morada Divina. Mas, além dessa admissão, nenhuma pista é fornecida sobre os detalhes da verdadeira Forma Divina e descreve-La ou representa-La assim como Seus anjos, ao ouvido mortal ou olhos mortais, é condenado como uma atividade idólatra. Descrever as atividades e forma do Supremo, até mesmo analogamente em termos da experiência mortal é também considerado uma ofensa.
Esta precaução é bem vinda apenas dentro de seus próprios limites. Se isso vem a terminar com a negação da Divina Forma ou na afirmação de que o Supremo é sem forma, isso dá um golpe na própria raiz de toda real atividade espiritual. A adoração praticada pelos declarados ou disfarçados impersonalistas e abstracionistas é em princípio indistinguível da oposição a própria adoração sob a hipotética preocupação pela preservação de sua pureza. A fúria contra a idolatria geralmente mascara esse sentimento de inveterada hostilidade ao próprio princípio da adoração.
Uma ofensa que é atentada contra a Divindade Suprema recai sobre o ofensor com uma severidade dez vezes maior. Se o Supremo é negado de Sua forma o ofensor é punido pelas vicissitudes da concepção grosseira de que seu corpo físico e mental é sua verdadeira forma e essa concepção leva a vítima ao vicioso círculo de suas atividades mundanas. Todo item de tais atividades mundanas é a punição para a negação da correspondente atividade do Senhor. Isso é certamente o ‘Inferno’ dos hipócritas. As orações dos impersonalistas ofendem o Senhor mais do que as denúncias de Seus inimigos declarados.
Nosso único objetivo deve ser atuar de acordo com a real natureza do nosso verdadeiro eu e não adotar os conceitos do não-eu como nosso. O Supremo deve ser completamente servido. Qualquer escassez de serviço da real função nos levará ao plano da irrealidade. As especulações sobre a Natureza do Absoluto, de pessoas que não servem Ele com todas as suas faculdades, não são verdadeiras concepções do Senhor Supremo como Ele realmente é.
Nosso negócio é procurar encontrar a Divina Forma. É verdade que a Divina Forma não pode ser vista pelos nossos olhos mortais. A atividade dos nossos olhos carnudos, é porém, a forma pervertida da correspondente e saudável atividade dos nossos olhos espirituais. É necessário encontrar a real e positiva função da alma. A alma é categoricamente diferente de ambos os corpos- físico e sutil. Então a função da alma jamais pode ser a função do corpo ou da mente.
Sri Krishna tem completa iniciativa, Ele é Autocrata. É também necessário buscar pela visão (espiritual) de Krishna. Isso deve ser nosso primeiro e único esforço. Não podemos ter nenhuma real função para nossa alma até quando estamos face a face com a Divindade.
Sri Krishna mostra-se a Si mesmo a aqueles que preferem Seu serviço a qualquer outra ocupação. Para que a adoração a Forma Divina não seja fruto de atividades realizadas por nossos corpos físicos e mentais que são compelidos a realizar atividades mundanas que conduz a ignorância e nos despriva da real visão da Divindade, é necessário buscar pelo genuíno mensageiro do conhecimento transcendental. É apenas quando buscamos pela companhia de pessoas que fizeram real progresso no caminho da devoção pura, que nossas orações serão atendidas e Ele enviará alguém para atuar em Seu nome, para nos falar sobre Ele. Se então, deletamos nosso anterior conhecimento falho e nos rendemos com um humor não contraditório ao conhecimento absoluto do Mensageiro, nossas orações serão ouvidas. Oferecer uma sincera oração para este fim, é então, a primeira necessidade - (Srila Prabhupad Saraswati Thakur-- "Real e Aparente")
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